A cidade era pequena
uma praça, uma igreja, umas casinhas
o sol e o poeirão
podia até ser grande
mas acabavam todos sempre se esbarrando
Havia uma moça, muito formosa
ah! e havia também a linha do trem, que cortava a praça e pequena estação
abandonada
Haviam festas, velórios, desquites, confusões
enfim, recordações
A Moça vivia feliz
todos eram felizes
e o trem sempre passava
Mas, um dia
o trem chegou apressado
"piuí, tic-tac, tic-tac"
e o coração da Moça bateu acelerado
Era o Moço que chegava
chapéu, pasta e um monte de preocupação
que nem viu as janelas
nem via a Moça, a igreja, as beatas
nem via ela
E, como a tarde de sol, o trem seguiu
não partiu, seguiu!
E a Moça, da janela, viu o moço sumir no "piuí"
O Moço, no trem, era todo "tic-tac" - apressado
Mas no fundo, eles sabiam
Que os trilhos nunca erram o caminho
Haviam de se cruzar
Enquanto isso, a cidade, a praça, as beatas e os sotaques
eram nada!
Tudo que havia
tudo que pudesse haver
era só uma questão de
"tic-tac, tic-tac"
"Pra Você"
Nenhum comentário:
Postar um comentário