quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A minha poesia

É uma cantora fracassada morando num apartamento em Paris
Um velho marinheiro que amou mais o mar do que o amor
Um jornalista que sequer é jornalista
Uma criança que acordou de madrugada com uma arma em suas mãos

É quadrinhas de versos descadenciadas
Várias coisas ao passo que são nada
Discordância ante tanta irrelevância
Ignorância diante de tanta mediocridade

É o vestido de festa da moça do interior
sujo de barro sujado pelo sexo no mato
A mata fechada assustando o cabloco tolo
Trem de ferro cortando a mata desgovernado

O político sínico e cênico ao extremo
Simulando moral plena e sinceridade
Notório religioso, íntegro, na lei de Deus
Em débito irrevogável junto ao Diabo

Países, povos, líguas diferentes e estranjas
Ninfas, Deusas, belas em plenitude nuas
Cantantes de cânticos que desconhecemos
Entre anjos desafinados em alaúdes

Enfim, são braços, lábios, pernas, cheiros
Urros, berros, socos, saúde, traços
Fogo, água, passado e presente em rabiscos
Morte, Vida e prosa
Rima Branca pra uma vida de verdade

Tiago Belizario

Nenhum comentário:

leia também!